A Inteligência dos Móveis

A Inteligência dos Móveis

Apartamentos cada vez menores já são considerados como tendência global. Pesquisas recentes apontam que, em pouco mais de uma década, o tamanho médio de apartamentos novos diminuiu 27%. Essa redução é ainda maior quando se trata de residências de apenas um dormitório, onde os imóveis passaram de 55,7 metros em 2009, para 33,2 metros em 2021, uma redução de 40%. Atualmente tem crescido também a construção de unidades com apenas 18 m².

Entre os motivos que estão influenciando essa tendência, um dos principais é o crescimento rápido e contínuo da população, o que tem feito diminuir a quantidade de terrenos disponíveis para construção nas grandes cidades. Além disso, outro ponto é o valor dos imóveis que tem aumentado cada vez mais, de maneira inversamente proporcional ao poder aquisitivo das pessoas.

Com imóveis cada vez mais caros, cresce a procura por apartamentos menores. Nesse cenário, é preciso mobiliar esses espaços de maneira inteligente, de forma que todos os cantos sejam aproveitados.

 

 

Para o economista e sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Araújo, na hora de comprar móveis para uma residência pequena, é preciso pensar no conjunto. “O segredo para mobiliar um apartamento de forma inteligente é pensar nos detalhes e ter calma, porque sair comprando cada móvel, aparelho eletrodoméstico e eletrônico de forma separada vai fazer com que as coisas não fiquem bem e vai faltar espaço”, comenta Araújo.

De acordo com o especialista, a maior preocupação dos fabricantes de móveis deve ser com as múltiplas utilidades do móvel. Ou seja, flexibilidade se tornou um fator essencial. “É preciso desenvolver uma mesa baixa que possa virar uma mesa alta ou uma cama, que quando abre tem uma escrivaninha atrás, isso é ter inteligência nos móveis para que eles também possam ter múltiplos usos”.

Para Araújo, quando falamos em aplicar tecnologia em mobílias, é isso que deve ser levado em consideração. Ele reforça que a maior necessidade que os móveis precisam suprir hoje é a usabilidade, porque em inteligência no sentido de design, a indústria de móveis evoluiu significativamente nos últimos anos.

 

Araújo também acredita que outra necessidade dos clientes de móveis hoje é a qualidade, “os móveis foram se sofisticando, ganhando design, mas em muitos casos eles foram ficando mais frágeis”. De acordo com o economista, pesquisas recentes apontam que há uma reclamação cada vez mais frequente sobre a compra de móveis bonitos, mas que acabam tendo curta duração. “Uma das coisas importantes é a necessidade de que os móveis durem mais tempo. Talvez não precise ser como era na época dos nossos avós, que duravam 30 ou 40 anos, até porque hoje a gente gosta de dar uma renovada, mas eles precisam durar mais do que estão durando”.

O sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, afirma que a importância da mobília quando se trata de aproveitamento de espaço, “é que precisopensar em maneiras de fazer com que os móveis não apenas combinem com o ambiente, mas também permitam um uso fácil e agradável daquele determinado lugar”. O economista enfatiza que “para uma mobília gerar grande aproveitamento ela precisa permitir que o espaço ao seu redor seja claramente bem ocupado e desfrutado”.

Araújo acredita que, com o passar do tempo, os móveis foram perdendo suas funções e se transformando em objetos de decoração e, agora, chegou o momento do foco voltar a ser a utilidade. “Uma boa mobília é aquela que não é exclusivamente um objeto de arte, ainda que possa ser comprada exclusivamente para tal, como por exemplo poltronas que as pessoas mal se sentam, que estão ali como decoração, ou um abajur que as pessoas nem acendem”. Segundo o economista, quando o imóvel é pequeno, é preciso pensar na utilidade de cada item, não apenas em sua estética.

 

“O móvel do espaço pequeno precisa ser útil tanto quanto ser belo, mas é preciso colocar a prioridade na ordem correta”, comenta. Para Araújo, além de priorizar a utilidade em relação a beleza estética, também é preciso lembrar de garantir a durabilidade do item.

Por fim, o economista reiterou a importância de suprir as necessidades dos consumidores com itens de qualidade, mesmo com o preço dos insumos aumentando. Segundo ele, o segredo desse equilíbrio está na eficiência. “Isso não depende do mercado imobiliário ou de móveis. Isso depende de eficiência operacional e industrial, da redução de custos e da cadeia de entrega. Atingir os consumidores por outros meios eventualmente mais baratos, é um conjunto muito grande de estratégias e gestão operacional que cada empresa tem de buscar para atingir”, finaliza Araújo.

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